Existem várias soluções para o lixo: coleta seletiva, organização de cooperativas para a reciclagem, transformação do lixo orgânico em adubo, campanha de conscientização, estações de tratamento e mini-usinas de gás. Mas, quando os alunos do ensino médio do Colégio Estadual João Alves Filho, em Aracaju (SE), descobriram isso por conta própria, demonstraram estar envolvidos com os problemas da comunidade e conscientes de que a situação precisa mudar.
Para conhecer o problema do lixo em Aracaju, a turma da professora de física, Eliane Flores, visitou o "lixão" e usinas de tratamento e de reciclagem e a professora de artes ensinou a fazer peças com material reciclável, como velas e enfeites de natal.
Segundo a professora Eliane Flores, não é fácil ensinar dessa forma, pois "alguns professores não estão dispostos e é mais fácil dar aula no quadro-negro do que sair a campo".
Alunos discutem obesidade
Uma discussão em sala de aula provocou, na Escola Professora Maria Carmelita do Carmo, em Macapá (AP), a necessidade de um projeto sobre a boa alimentação e os perigos da obesidade. Com as aulas interdisciplinares e o resultado das pesquisas que fizeram, os alunos do ensino médio tomaram consciência de que precisavam melhorar a própria alimentação e conseguiram mudar o cardápio da lanchonete. A Secretaria de Educação soube do movimento e resolveu interferir também na alimentação dos alunos do ensino fundamental. Para isso, enviou uma nutricionista ao colégio, para tornar a merenda mais saudável.
Por causa do projeto, os estudantes discutiram a discriminação contra os obesos, falaram sobre auto-estima e também fizeram pesquisas para saber se alunos e funcionários da escola estavam com o peso ideal.
Preparados para o mercado
"Educar para a Sustentabilidade". Com este tema, a Escola Estadual de Educação Básica Neusa Mari Pacheco, em Canela (RS), desenvolve, desde 1994, um trabalho sobre o aproveitamento dos recursos da natureza.
As crianças aprendem a plantar sem agrotóxicos, a transformar restos de comida e resíduos de alimentos em adubo, a fazer doces e pães, e ainda levam essa experiência para casa. Elas compram mudas de hortaliças a preços simbólicos e ensinam aos pais tudo o que aprenderam. Assim, contribuem para a alimentação da família e para a conscientização da comunidade.
O professor Constantino Orsolin, coordenador do projeto, diz que os alunos estudam o perfil do solo, a questão da segurança no trabalho, as vantagens de uma alimentação orgânica, os perigos dos defensivos agrícolas, fazem cálculos matemáticos e ainda elaboram relatórios de atividades, com a avaliação da produtividade do dia.