"Planejando a Educação Tecnológica". Este será o tema do workshop Encontro Brasil-Canadá para a Educação Tecnológica, marcado para os dias 7 a 9 de junho, no Hotel Carlton, em Brasília. O evento, que tem o apoio do Conselho Nacional de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Concefet) e da Association of Canadian Community Colleges (ACCC), vai discutir o intercâmbio entre as entidades, o desenvolvimento das redes de Educação Profissional e Tecnológica e a disseminação da tecnologia de planejamento estratégico desenvolvido no âmbito da cooperação. Além de representantes da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), participarão do encontro de trabalho, diretores de Cefets e da ACCC.
No dia 7, às 14h, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Antonio Ibañez Ruiz, faz a abertura do encontro, em conjunto com o presidente do Concefet, Luiz Edmundo Vargas de Aguiar, e do presidente da ACCC, Bernard Lachans. À tarde, um representante brasileiro apresentará a rede de educação tecnológica aos participantes do evento, seguido por um técnico canadense, que explicará como funcionam os colégios comunitários em seu país. O dia termina com um relato sobre o sistema educacional brasileiro, sua estrutura e função e com um painel sobre formação profissional. Para o segundo dia, está prevista discussão sobre a consolidação de projetos de cooperação entre instituições brasileiras e canadenses e também sobre estratégias de planejamento no contexto dos colégios comunitários do Canadá. À tarde, técnicos da ACCC vão falar sobre planejamento estratégico. No dia 9, será apresentado um balanço do desenvolvimento de um modelo de planejamento participativo realizado pelo Cefet-SP, seguido da demonstração do Cefet-RJ sobre o planejamento na organização de núcleos de novas mídias e gás.
CEFET-SP REATIVA PROJETO ALFABETA
O Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo (Cefet-SP) quer reduzir o índice de analfabetismo na capital paulista. Atualmente, existem 1,8 milhão de pessoas acima de 15 anos que não sabem ler nem escrever no Estado e 382 mil na capital, segundo dados do IBGE. Para reduzir esses índices, o Cefet-SP reativou o projeto Alfabeta, baseado nos princípios da política educativa de Paulo Freire e da concepção construtivista de Emília Ferreiro.
A meta, que foi estipulada em conjunto com outras instituições da rede federal de educação tecnológica, era implantar cerca de 20 salas de aula para alfabetização de adultos em cada escola da rede, no período de ociosidade e disponibilidade da instituição. O Cefet-SP tomou a dianteira do movimento e hoje mantém três turmas voltadas para a etapa inicial da alfabetização e para uma fase posterior, dirigida a analfabetos funcionais.
Segundo a diretora de Ensino do Cefet-SP, Fátima Beatriz Delphino, tem sido grande a procura por esses cursos por parte de funcionários de limpeza e manutenção de shoppings e de empresas de ônibus do Canindé, na região central de São Paulo. Tanto que 55 alunos já estão sendo alfabetizados. Ao final do curso, eles receberão a certificação de ensino fundamental de nível l (primeira à quarta série), mais a da profissionalização que optarem.
Para os analfabetos funcionais, pessoas alfabetizadas, mas que não conseguem interpretar textos ou aplicar os conhecimentos adquiridos, foram reservadas duas turmas, cada uma com 30 alunos. A meta é que eles saiam com o ensino fundamental completo e mais uma profissionalização.
As áreas de atuação profissional oferecidas pelo Cefet-SP são as seguintes: atendimento ao público, economia doméstica, jardinagem, marcenaria, mecânica, pintura, serralheria e soldas e telemarketing.
A proposta do projeto é constituir-se em um programa de ensino em que os alunos deixem de ser "recipientes dóceis de depósitos, mas investigadores críticos, em diálogo com o educador", tal como apregoava Paulo Freire, diz Fátima Delphino.
CEFET DE MINAS MOVIMENTA A VIDA CULTURAL DE BH
Para se integrar ao circuito cultural de Belo Horizonte, o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) tem promovido recitais, exibições comentadas de filmes nacionais e palestras, além de publicado livros, revistas, e antologias de grandes nomes da literatura mundial. Exemplos dessas atividades são a exibição, no dia 17 de junho, do filme "Uma onda no ar", de Helvécio Ratton, e, em julho, a palestra sobre jornalismo cultural com o editor do Suplemento Literário de Minas Gerais, Fabrício Marques.
Ao organizar essas atividades, o Cefet-MG abre suas portas para o público externo e também estimula o diálogo sobre a arte com a comunidade, segundo o chefe da Seção de Atividades Culturais (SAC) do Cefet-MG, Camilo Lara. A idéia, segundo ele, é que a programação do cinema comentado tenha uma linha temática educativa e outra sobre o estudo do cinema brasileiro. "Nossa proposta é oferecer uma formação crítica das técnicas e imagens utilizadas pelos cineastas brasileiros", diz.
Para Camilo Lara, o ciclo de palestras será essencial na discussão sócio-cultural e pedagógica sobre vários temas e também para propiciar maior integração entre as áreas de estudo do Cefet e as comunidades interna e externa. Já o projeto Dazibao, que vai publicar livros, revistas e antologias, será uma contribuição da instituição para a divulgação de bens culturais.