O lançamento do projeto Escola de Fábrica pelo Ministério da Educação foi também uma oportunidade para apresentar experiências semelhantes realizadas para formação profissional de jovens de baixa renda em empresas. Exemplos de iniciativas bem-sucedidas desenvolvidas pelos projetos Formare, Integrar, Pescar e da União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil foram relatados.
Formare - Criado pela Fundação Ioschpe, o projeto nasceu em 1988, em Canoas (RS), São Bernardo do Campo (SP) e São Paulo. A rede é composta por escolas profissionalizantes, que oferecem cursos de um ano. Obedece às características de empregabilidade da região.
Cada empresa dispõe de espaço para que os funcionários repassem conhecimentos a turmas de 20 alunos. Do total de jovens que passaram pelo projeto, 85% estão empregados.
Integrar - Criado em 1996, pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos e pela Central Única dos Trabalhadores, em São Paulo, o projeto desenvolve educação profissional e cria alternativas de política pública de educação, geração de emprego e renda e de combate ao desemprego e à exclusão social.
Pescar - Criado, em 1976, o projeto acolhe crianças e jovens que vivem nas ruas. É um sistema de franquia social de empresas que se articulam em rede em seis estados, no Distrito Federal e até na Argentina.
Além de preparar jovens de 15 a 18 anos para o mundo do trabalho nas áreas de indústria, comércio e prestação de serviços, as empresas estimulam a adoção de hábitos e atitudes de convivência e cidadania.
Cerca de oito mil pessoas já passaram pelas 70 unidades do Pescar.
União Nacional das Famílias Agrícolas do Brasil - Criado na França, em 1935, promove a qualificação de jovens no meio rural. Para sua aplicação no Brasil, foi adotada a metodologia da alternância, que permite aos jovens alternar espaços (escola e meio rural) e tempo de formação. Assim, o conhecimento que o aluno adquire na escola é aplicado no ambiente rural, onde vive com a família. Dos formados, 85% permanecem no campo.
Lei Orgânica da Educação Profissional
A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) promoveu, de 3 a 5 de novembro, em Curitiba, o primeiro encontro regional para debater a proposta da Lei Orgânica da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para o Brasil.
Participaram do encontro representantes do Fórum Nacional da EPT, dirigentes da rede federal dos estados do Sul, lideranças das escolas do Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep) e de instituições ligadas à educação profissional, técnica e tecnológica.
O segundo encontro regional, destinado aos estados do Sudeste, será realizado em São Paulo, nos dias 17, 18 e 19 de novembro. O terceiro, marcado para Natal, de 24 a 26 de novembro, terá a presença de representantes das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.