Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica      Nº 37 - 29 de março a 4 de abril de 2004
 


       Reciclagem

Estudantes da Escola Estadual Padre Antão (SP) estão aprendendo a reciclar o lixo gerado no colégio e arrecadar renda com os produtos feitos com o material reciclado. O projeto Educação Ambiental - Questão Lixo: reduzir, reutilizar, reciclar, gerar renda foi um dos três contemplados na categoria mérito do Prêmio Grupo Ciência.
Outro projeto que teve a preservação ambiental como tema foi o elaborado por alunos e professores do Colégio Estadual Wilson Gonçalves, de Crato (CE). Eles tiveram como proposta alertar a comunidade local sobre doenças provocadas por materiais não-recicláveis e mobilizá-los na coleta e triagem de resíduos. "Lixo, Arte e Qualidade de vida: uma perspectiva política educacional" também agraciado na categoria "Mérito" do Prêmio Grupo Ciência.





       Cerrado

Preservar o cerrado e fazer com que a população de baixa renda de Porto Nacional (TO) usufrua das propriedades medicinais de suas plantas por um preço mais acessível. Foi com esse propósito que os coordenadores do projeto "Resgate, Conservação e Utilização das Plantas do Cerrado", Elenir da Silva Costa e Maria Deuzeli, professoras de química e biologia da Escola C.E.M. professor Florêncio Alves, ganharam o mérito do Prêmio Ciência.



MEC premia projetos inovadores

Prêmio Grupo Ciência distribuiu recursos para projetos de ciências da natureza e matemática de escolas públicas de ensino médio

A primeira edição do Prêmio Grupo Ciência distribuiu R$ 610 mil para projetos de 29 escolas de ensino médio da rede pública. Na categoria nacional, três escolas foram premiadas. Cada uma ganhou R$ 30 mil. Na categoria regional, 23 instituições receberam R$ 20 mil em prêmios.
Outras três escolas foram contempladas com a premiação por mérito e também ganharam R$ 20 mil

O Prêmio Grupo Ciência foi criado pelo Programa de Melhoria e Expansão do Ensino Médio (Promed) e integra as ações do Plano de Educação para Ciência, lançado pela Secretaria de Educação Média e Tecnológica em 2003. A intenção é oferecer um estímulo para as escolas de ensino médio das redes públicas estaduais que tiveram experiências inovadoras nas aulas de química, física, biologia e matemática, além de promover o aperfeiçoamento do aprendizado nessas áreas e estimular a continuidade de projetos de sucesso.

Nesta edição do Notícias Semtec, conheça mais sobre essas experiências inovadoras.

 




Rio Piancó foi tema de projeto vencedor

A comunidade de Pombal, na Paraíba, sofre com a contaminação do rio Piancó. O mau cheiro nas salas de aula da Escola Estadual de Ensino Médio Monsenhor Vicente Freitas levou alunos e professores da instituição a construir um projeto que apontasse soluções para o problema.

A proposta foi tão bem-sucedida que, em dois anos, o número de estudantes que abandonam a escola caiu pela metade. Segundo a supervisora pedagógica da escola, Dalva Dantas Fernandez, a repetência também diminuiu e os alunos comparecem com mais freqüência às aulas: um aumento de cerca de 10%, de 2001 para 2003. Essa experiência conquistou o primeiro lugar do Prêmio Grupo Ciência, promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com a Unesco.
Conteúdos - Por meio do projeto, os estudantes conheceram o processo de poluição do rio, suas causas e conseqüências. O projeto envolveu sete disciplinas: biologia, química, matemática, história, geografia, língua portuguesa e artes.

Nas aulas de português, por exemplo, os estudantes trabalharam descrição, coerência, coesão e clareza no desenvolvimento do texto. Nas aulas de história, descobriram a importância do rio Piancó no contexto político, histórico e social de Pombal. Em geografia, estudaram vegetação das margens, desmatamento, relevo, erosão e hidrografia. As questões da água e do esgoto foram temas das aulas de biologia e, em química, a professora falou sobre matérias orgânicas em decomposição e resíduos sólidos. Em matemática, os estudantes exercitaram funções, equações logarítmicas, estatística, sistema de medidas, proporções e porcentagem.


Xadrez interdisciplinar

A idéia surgiu em 1999, quando o Centro de Ensino Médio 404 de Santa Maria, no Distrito Federal, sofria com a falta de professores. Segundo o professor de matemática, Leonardo Junqueira, era necessário descobrir como ocupar o tempo dos alunos.

O xadrez foi a maneira encontrada por ele para trabalhar disciplina e raciocínio lógico, como atividade ludo-pedagógica. Como a escola não tinha dinheiro para comprar as peças, Junqueira resolveu fabricá-las com material reciclável e as disciplinas começaram a se misturar e a fazer mais sentido.

A professora de artes e os alunos construíram as peças a partir de potes de iogurte, frascos de desodorante e vidros de esmalte. Para conscientizá-los da importância da reciclagem, os professores das disciplinas de biologia, geografia e química fizeram um trabalho de educação ambiental. Falaram sobre os perigos da poluição para a saúde e para o meio ambiente.

Os estudantes começaram a se interessar pelo xadrez, e como tinham tempo ocioso fora da escola, devido à falta de opções de lazer na cidade, a direção do centro de ensino ofereceu essas atividades em horários diferentes dos das aulas. Como resultado, os alunos se tornaram mais sociáveis e participativos.

A conquista do segundo lugar no Prêmio Grupo Ciência - categoria nacional - levou a escola a ampliar o projeto. O Centro de Ensino 404 vai adquirir tabuleiros e peças oficiais para os jogadores mais experientes e os alunos vão repassar o conhecimento para outras instituições de ensino.


Emissora de rádio ensina física


A determinação em acabar com a resistência à disciplina de física e despertar o interesse da classe pela matéria levou alguns professores do Liceu do Conjunto Ceará, em Fortaleza, a juntar um pequeno grupo de estudantes do segundo e terceiro ano do ensino médio para desenvolver uma atividade diferente: construir um transmissor experimental de rádio. Os professores Ronaldo Glauber de Oliveira, de física, Hebe Mara Vieira, de matemática, Márcio Lira, de geografia, e Maurício de Oliveira Paula, de língua portuguesa, resolveram elaborar, com a participação dos estudantes, um projeto detalhado para a montagem de uma emissora.

Trabalharam cálculos matemáticos, raio de alcance das ondas sonoras, população que seria atingida e os textos do projeto. A prática deu tão certa que mesmo os alunos que não suportavam estudar física querem, agora, participar de todas as atividades ligadas à disciplina.
Até junho de 2004 o Liceu vai incluir no projeto os estudantes do primeiro ano e direcionar os estudos para aumentar o alcance do transmissor. Numa terceira etapa, com os R$ 30 mil recebidos do Prêmio Grupo Ciência, a escola pretende comprar um equipamento profissional, conseguir a licença de funcionamento e montar uma rádio comunitária.


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